O balanço da «Operação Polícia Sempre Presente – Páscoa em Segurança», levado a cabo, entre os dias 13 e 24, pela Polícia de Segurança Pública (PSP) em todo o território nacional, voltou a ser esmagador: 2057 acidentes nas estradas portuguesas, dos quais resultaram seis mortos, igual número de 2007, e 31 feridos graves, menos 10 do que no ano anterior.
Os números deviam envergonhar tudo e todos. Mais de 20 anos depois da adesão à União Europeia, Portugal é dos países da Europa a 27 em que se regista um dos maiores números de vítimas mortais em acidentes rodoviários por milhão de habitantes, apenas atrás de Letónia, Roménia, Lituânia e Eslováquia. Esclarecedor.
Não obstante o agravamento das coimas e de um cada vez mais punitivo Código da Estrada, que tem mudado à velocidade da eleição de um novo Governo, os resultados têm sido pouco, ou mesmo nada, animadores, a não ser para os cofres do Estado.
O que mostra à saciedade que, afinal, a solução para o pesadelo que se vive nas estradas portuguesas não está no carácter mais ou menos repressivo da moldura que pune os infractores, mas num problema bem mais abrangente e transversal aos portugueses: a educação cívica.
O flagelo português tem, assim, de ser combatido a montante das multas e da imposição de novos limites de velocidade, ou da criação do cadastro do condutor, com a adopção de medidas rodoviárias proactivas, mas, acima de tudo, com a construção de uma cultura cívica que não pode passar à margem dos bancos da escola.
Para Portugal não correr mesmo o risco de, em vez de estar na cauda da Europa, ficar à cabeça de África…
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