sábado, 10 de maio de 2008

Posse com cravos de Eduardo Vítor

Foi um discurso carregado de simbolismo aquele que Eduardo Vítor Rodrigues proferiu no dia da tomada de posse como líder da Comissão Política Concelhia do PS/Gaia, com referências explícitas aos valores plasmados na Revolução dos Cravos e com censura velada ao ambiente político-partidário que se vive(u) no terceiro maior concelho do País.

Mas também se ouviu, por entre aplausos e vivas ao PS, duras críticas ao estilo de liderança do presidente da Câmara, de quem “os gaienses estão a ficar fartos”.

Claramente, acusou mesmo, na Assembleia Municipal, o reeleito presidente do partido «rosa» em Gaia, merecedor de 13 ovações, a últimas das quais em pé, quando se despediu com uma espécie de grito de Ipiranga: “Viva o PS”.

Reeleito pela segundo mandato consecutivo presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Gaia, sem oposição, contrariamente ao que acontecera em 2006, quando teve de discutir a liderança com Gustavo Carranca, Eduardo Vítor Rodrigues marcou simbolicamente a tomada de posse para o dia em que se assinalava os 34 anos da revolução que pôs fim ao regime opressor e totalitário em Portugal.

Como dizia António Oliveira Salazar, tudo o que em política parece é. Não por acaso, também a cerimónia que deu posse à Comissão Política Concelhia socialista não pareceu apenas uma iniciativa para juntar a família socialista de Gaia, ou para lembrar, candidamente, os ideais de Abril, mas também uma (in)equívoca oportunidade para o PS abrir definitivamente as hostilidades com vista às Eleições Autárquicas de 2009.

Quando Eduardo Vítor Rodrigues deixou claro a uma plateia que ocupava todos os lugares da Assembleia Municipal que estava “diante da equipa que vai devolver a Gaia os valores da tolerância e da credibilidade na gestão autárquica que o PS simboliza”, o primeiro aplauso ao recém-empossado líder não tardou.

Depois de defender que “relembrar Abril não é um ritual”, mas “uma exigência de reforço de valores e de ideais que nunca se alcançam”, ainda que se aperfeiçoem, o líder da Comissão Política Concelhia garantiu que “a Democracia não se conquista, exerce-se e pratica-se no dia-a-dia”. Isto para dizer que, “por detrás de muitos ‘a prioris’ da conquista da Democracia, muitos pequenos ditadores vão fazendo deste País um condado de totalitarismos e de intolerâncias”.

Em Gaia, não se deteve mesmo, “alguns pequenos demagogos são o alerta para as consciências de quem acredita na Democracia contra o lobismo e a coacção na vida política local”.

Para Eduardo Vítor, “melhorar a Democracia é, afinal, promover e reforçar o Poder Local. Gaia quer ser o arauto de um Poder Local renovado, competente e rigoroso”, no qual “não cabe nem o miserabilismo, nem a presunção” e “a coacção e a chantagem cedem lugar ao diálogo e à tolerância democrática”.

À imagem do senador democrata Barack Obama, também Eduardo Vítor acredita que traz “futuro ao PS/Gaia”. E mais: também acredita que “o futuro se começa a construir desde já”, ancorado num “novo PS em Gaia, que motive o eleitorado”. Afinal, “não haverá razões em nós próprios para que os gaienses dêem 60 por cento ao PS nas Legislativas e invertam a votação nas Autárquicas municipais?”. A pergunta, retórica, nem precisou de resposta…

Mais ainda: o PS não tem “desculpas para, neste momento do actual presidente da Câmara”, não dar “aos gaienses uma nova esperança no PS/Gaia”.

O presidente da Comissão Política do partido «rosa» também reconheceu que “existe alguma obra relevante”, mas com “a marca de Governos socialistas que nunca ostracizaram Gaia como a Câmara ostraciza as Juntas do PS”. E não só: “O poder laranja no município tem 10 anos de betão, descurando as pessoas e a qualidade de vida dos gaienses”.

O mote estava dado. À quarta salva de palmas, Eduardo Vítor endureceu o discurso, sempre com o mesmo denominador comum: a Câmara. Primeiro ponto: “Esta Câmara não tem equipa – apenas um conjunto de pessoas maioritariamente incompetentes – e está a assistir impávida a um autêntico ninho de vespas que é a vereação, onde ninguém se entende e onde poucos trabalham e muitos conspiram”.

Segundo: “A mesma Câmara que asfixia as Juntas de Freguesia e desprestigia a Assembleia Municipal tem permitido a proliferação de ‘boys’ incompetentes na Câmara e nas Empresas Municipais e destruído muitas associações e instituições concelhias”.

Terceiro: “A Câmara que prometeu muito às populações afectadas pelo aterro sanitário não lhes deu nada. Esteve atenta a equipamentos mediáticos, importantes, mas de duvidosa prioridade, deixando-se passar ao lado do debate sobre temas fundamentais, como o Metro, ou a prioridade de equipamentos fundamentais de qualidade de vida, como o novo hospital”.

«Last but not least»: “A mesma Câmara que despreza os moradores da Serra da Escarpa venera o urbanismo e o imobiliário”. Ou seja, é preciso “dizer ao Dr. Menezes que se nota que ele está farto de Gaia e dos gaienses, mas também se nota claramente que os gaienses estão a ficar fartos dele”.

1 comentário:

Anónimo disse...

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