Foi um discurso carregado de simbolismo aquele que Eduardo Vítor Rodrigues proferiu no dia da tomada de posse como líder da Comissão Política Concelhia do PS/Gaia, com referências explícitas aos valores plasmados na Revolução dos Cravos e com censura velada ao ambiente político-partidário que se vive(u) no terceiro maior concelho do País.
Mas também se ouviu, por entre aplausos e vivas ao PS, duras críticas ao estilo de liderança do presidente da Câmara, de quem “os gaienses estão a ficar fartos”.
Claramente, acusou mesmo, na Assembleia Municipal, o reeleito presidente do partido «rosa» em Gaia, merecedor de 13 ovações, a últimas das quais em pé, quando se despediu com uma espécie de grito de Ipiranga: “Viva o PS”.
Reeleito pela segundo mandato consecutivo presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Gaia, sem oposição, contrariamente ao que acontecera em 2006, quando teve de discutir a liderança com Gustavo Carranca, Eduardo Vítor Rodrigues marcou simbolicamente a tomada de posse para o dia em que se assinalava os 34 anos da revolução que pôs fim ao regime opressor e totalitário em Portugal.
Como dizia António Oliveira Salazar, tudo o que em política parece é. Não por acaso, também a cerimónia que deu posse à Comissão Política Concelhia socialista não pareceu apenas uma iniciativa para juntar a família socialista de Gaia, ou para lembrar, candidamente, os ideais de Abril, mas também uma (in)equívoca oportunidade para o PS abrir definitivamente as hostilidades com vista às Eleições Autárquicas de 2009.
Quando Eduardo Vítor Rodrigues deixou claro a uma plateia que ocupava todos os lugares da Assembleia Municipal que estava “diante da equipa que vai devolver a Gaia os valores da tolerância e da credibilidade na gestão autárquica que o PS simboliza”, o primeiro aplauso ao recém-empossado líder não tardou.
Depois de defender que “relembrar Abril não é um ritual”, mas “uma exigência de reforço de valores e de ideais que nunca se alcançam”, ainda que se aperfeiçoem, o líder da Comissão Política Concelhia garantiu que “a Democracia não se conquista, exerce-se e pratica-se no dia-a-dia”. Isto para dizer que, “por detrás de muitos ‘a prioris’ da conquista da Democracia, muitos pequenos ditadores vão fazendo deste País um condado de totalitarismos e de intolerâncias”.
Em Gaia, não se deteve mesmo, “alguns pequenos demagogos são o alerta para as consciências de quem acredita na Democracia contra o lobismo e a coacção na vida política local”.
Para Eduardo Vítor, “melhorar a Democracia é, afinal, promover e reforçar o Poder Local. Gaia quer ser o arauto de um Poder Local renovado, competente e rigoroso”, no qual “não cabe nem o miserabilismo, nem a presunção” e “a coacção e a chantagem cedem lugar ao diálogo e à tolerância democrática”.
À imagem do senador democrata Barack Obama, também Eduardo Vítor acredita que traz “futuro ao PS/Gaia”. E mais: também acredita que “o futuro se começa a construir desde já”, ancorado num “novo PS em Gaia, que motive o eleitorado”. Afinal, “não haverá razões em nós próprios para que os gaienses dêem 60 por cento ao PS nas Legislativas e invertam a votação nas Autárquicas municipais?”. A pergunta, retórica, nem precisou de resposta…
Mais ainda: o PS não tem “desculpas para, neste momento do actual presidente da Câmara”, não dar “aos gaienses uma nova esperança no PS/Gaia”.
O presidente da Comissão Política do partido «rosa» também reconheceu que “existe alguma obra relevante”, mas com “a marca de Governos socialistas que nunca ostracizaram Gaia como a Câmara ostraciza as Juntas do PS”. E não só: “O poder laranja no município tem 10 anos de betão, descurando as pessoas e a qualidade de vida dos gaienses”.
O mote estava dado. À quarta salva de palmas, Eduardo Vítor endureceu o discurso, sempre com o mesmo denominador comum: a Câmara. Primeiro ponto: “Esta Câmara não tem equipa – apenas um conjunto de pessoas maioritariamente incompetentes – e está a assistir impávida a um autêntico ninho de vespas que é a vereação, onde ninguém se entende e onde poucos trabalham e muitos conspiram”.
Segundo: “A mesma Câmara que asfixia as Juntas de Freguesia e desprestigia a Assembleia Municipal tem permitido a proliferação de ‘boys’ incompetentes na Câmara e nas Empresas Municipais e destruído muitas associações e instituições concelhias”.
Terceiro: “A Câmara que prometeu muito às populações afectadas pelo aterro sanitário não lhes deu nada. Esteve atenta a equipamentos mediáticos, importantes, mas de duvidosa prioridade, deixando-se passar ao lado do debate sobre temas fundamentais, como o Metro, ou a prioridade de equipamentos fundamentais de qualidade de vida, como o novo hospital”.
«Last but not least»: “A mesma Câmara que despreza os moradores da Serra da Escarpa venera o urbanismo e o imobiliário”. Ou seja, é preciso “dizer ao Dr. Menezes que se nota que ele está farto de Gaia e dos gaienses, mas também se nota claramente que os gaienses estão a ficar fartos dele”.
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