sexta-feira, 2 de maio de 2008

O que é o Jornalismo Assistido por Computador

Substituto da máquina de escrever, o computador veio trazer profundas alterações no seio das redacções, nomeadamente em termos de produção e difusão de textos. O Jornalismo Assistido por Computador (JAC) reflecte assim as inovações provocadas pelo acesso dos profissionais de Comunicação Social ao computador, que teve o condão de não apenas agilizar o processo de criação narrativa, como também a forma como se arquivam os trabalhos profissionais.

Quem se cruzou com as máquinas de escrever nas redacções, que ainda persistiam em ambiente de jornal no início da década de 90 – o primeiro jornal informatizado do País foi o já extinto decano da Imprensa nacional «O Comércio do Porto» – sabe (muito) bem dar valor à introdução dos computadores como ferramenta indispensável na prática e rotina jornalísticas.

De facto, à imagem do telégrafo, ou, mais tarde, do telefone, o computador tem um papel fundamental, vulgo, insubstituível na forma como se faz jornalismo, permitindo aos profissionais do ramo aceder a uma série de instrumentos que, há 20 anos, pura e simplesmente, eram assegurados de maneira deficiente pelo próprio jornalista, como o improvisado banco de notícias que publicava, ou, por exemplo, que eram publicadas sobre um tema que estivesse a tratar.

Mais de dois séculos volvidos, a realidade é bem diferente. E o salto foi verdadeiramente de gigante. É inconcebível nos tempos que correm uma redacção não ter um arquivo digital que sirva de apoio ao jornalista quando está a produzir textos noticiosos.

Ou seja, se o Jornalismo Assistido por Computador trouxe algum valor ao jornalismo – e é indiscutível que trouxe –, o rigor foi um deles. Ou, como se diz entre os académicos e investigadores, a precisão. Mas trouxe mais. A massificação do computador no processo de produção noticiosa também alterou as rotinas dos jornalistas. E de que maneira.

Se, há 20 anos, o profissional de Comunicação Social não dispensava o telefone ou a necessidade de sair para a rua – uma prática a cair em desuso e pouco incentivada nas redacções (escassez de recursos financeiros «oblige») – para reunir informação, os neófitos jornalistas dos tempos modernos não prescindem é do computador como fonte privilegiada de recolha de notícias.

“O computador, por si, representa já um instrumento extraordinário de fazer Jornalismo, mas um computador ligado à Internet será cada vez mais imprescindível na profissão”, sentencia mesmo Joaquim Fidalgo, ex-jornalista com larga experiência e professor universitário na Universidade do Minho.

Para o autor do livro «Jornalista em Construção», acabado de chegar aos escaparates, “um computador, em rede, acede a fontes de informação, diversas e longínquas, que contextualizam as informações obtidas de fontes directas e próximas. Receber notícias directamente das agências noticiosas, buscar informação na Internet é algo trivial que um computador possibilita, trivialidade que, no entanto, altera radicalmente a forma de investigar, tratar e redigir as notícias próprias”. Mais palavras para quê?...

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http://www.alaic.net/VII_congreso/gt/gt_1/GT1-P15.html
http://www.fnpj.org.br/grupos.php?det=8
http://www.labcom.ubi.pt/jac/o_que_e_jac.html
http://www.bocc.ubi.pt/pag/_texto.php3?html2=sousa-pedro-jorge-jornalismo-on-line.html

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